Oficinas

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Oficina Antropologia Digital

Experimentações etnográficas online

Resumo: Enquanto abordagens que são sempre adaptativas, as etnografias para a internet – assim como qualquer empreendimento etnográfico – não seguem um modelo prescritivo pré-existente, mas tem o campo construído através de motivações pragmáticas e teoricamente sensíveis, de modo a encontrar questões interessantes (HINE, 2020). De perspectivas que focam nos usos e nos significados que singularizam as experiências com a internet àquelas mais preocupadas com os efeitos da plataformização e dataficação da vida, as etnografias apontam para os limites das separações entre online e offline e para a agência das tecnologias digitais nos modos como vivemos. Tendo em vista a crescente incorporação das plataformas digitais nos mais diversos contextos socioculturais e econômicos, partiremos de discussões sobre etnografia e internet dos últimos 20 anos para sugerir algumas possibilidades analíticas e metodológicas. A ideia da oficina é provocar o debate acerca dos dilemas e desafios enfrentados pelos pesquisadores e pensar sobre como a etnografia e a própria antropologia tem se reinventado a partir desses objetos de estudo.

Ministrante: Ms. Stephanie Ribeiro

Doutoranda em Antropologia Social na Universidade Federal de Santa Catarina. Possui graduação em Ciências Sociais (2012) e mestrado em Sociologia (2016) pela Universidade Federal do Ceará. Integrante do GrupCiber (Grupo de Pesquisa em Ciberantropologia)/Laboratório de Antropologia Social da UFSC. Tem trabalhado e publicado nos campos da antropologia da ciência e tecnologia, antropologia digital, antropologia urbana e antropologia da performance. Atualmente desenvolve pesquisas sobre criadores de conteúdo, mídias digitais e plataformização. Também produz conteúdo sobre vida acadêmica, escrita e metodologia científica no perfil do Instagram @escreverumatese.


Oficina Antropologia Visual

Dispositivos técnicos audiovisuais: entre a pesquisa de campo e a descrição etnográfica

Resumo: Nesta oficina faremos análises de extratos de documentários contemporâneos e outros audiovisuais selecionados, para uma conversa em torno do conceito de dispositivo no cinema documentário e sua relação com a pesquisa etnográfica. Em um primeiro momento, analisaremos os primeiros extratos para melhor compreensão do conceito de dispositivo e suas possibilidades criativas no cinema documental. Em um segundo momento, com a análise de mais alguns exemplos, discutiremos seu potencial na pesquisa etnográfica e vice-versa, situando o lugar da pesquisa e de pesquisadores no cinema documental e técnicas e experimentos de realização audiovisual como parte da pesquisa em antropologia.

Sugestões de leitura:
– Jean-Louis Comolli. Sob o risco do real. Traduzido por Paulo Maia e Ruben Caixeta de Queiroz e publicado no catálogo do forumdoc.bh.2001 [https://www.academia.edu/28993238/Sob_o_Risco_do_Real] Publicado também em: COMOLLI, J-L. Ver e poder – a inocência perdida: cinema, televisão, ficção, documentário. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

– Consuelo Lins e Cláudia Mesquita. Filmar o Real: Sobre o documentário brasileiro contemporâneo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.[https://www.academia.edu/44499311/Filmar_o_real_Sobre_o_document%C3%A1rio_brasileiro_contempor%C3%A2neo]

– Faria, Debora Costa de. 2020. “Deixa na régua: estética e sociabilidade em barbearias do Rio de Janeiro: Resenha”. GIS – Gesto, Imagem E Som – Revista De Antropologia 5 (1). São Paulo, Brasil. [https://www.revistas.usp.br/gis/article/view/163106]

– Marco Antonio Gonçalves. Favela é moda: corpotética e cinema de compromisso. [http://osmosefilmes.com.br/site/?p=1790#.YUi3w2ZKhhE]

– DEVOS, Rafael Victorino; VEDANA, Viviane. Movimento, câmera, percepção: não necessariamente o filme etnográfico sensorial. In: DOMÍNGUEZ, M. E.; MONTARDO, D. L. (org.) Arte, som e etnografia. Florianópolis: Editora da UFSC, Pp 148-182. 2021. [https://www.academia.edu/64117215/Arte_som_e_etnografia]

Ministrante: Prof. Dr. Rafael Victorino Devos

Graduado em Comunicação Social, com mestrado e doutorado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É Professor no Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Docente no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social/UFSC. Pesquisador do Grupo de Pesquisa CNPq Coletivo de Estudos em Ambientes, Percepções e Práticas – CANOA/UFSC. Pesquisador do INCT CNPq Brasil Plural. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase nos seguintes temas: percepção ambiental, antropologia da paisagem, itinerários urbanos, documentário etnográfico, antropologia da técnica, antropoceno e memória social. Sua pesquisa atual tem como foco relações mais que humanas em paisagens costeiras e habilidades perceptuais em técnicas de pesca.